sábado, 19 de janeiro de 2008

Shackal (lacrimosa)

Um joven anjo aparece em frente do templo
A saliva dela gruda sob suas asas
Sangue fresco pinga de suas sombrancelhas
Ele abre suas mãos e pede mais
Eu fecho meus olhos e lambo sua torrente de lágrimas
Corpos preguiçosos jazem nos degraus
Vítmias do amor chamuscados pelo sol
Secos estão também meus beijos
Que um dia eu dei com amor
Esparramados num rochedo
Esmagado entre os reochedos e espalhado
Sob os fragmentos ardentes do meu centro
Eu espalho minhas lágrimas no fogo incandescente
As flores dela murcham em minhas mãos
Sua saliva coagula em minha boca
Eu arranco meu corpo da inundação
O anjo atira as asas dela no fogo incandescente
Eu expurgo meus pecados
Ela abre a sua faringe
Eu lambo seus ferimentos com minha boca
Eu beijei seu coraçãoAmei sua carne no portal
A lingua dela petrificou-se aos pés do monumento
E as suas cinzas se espalham sob os anjos
Eu só quero viver
Eu caí com esses joelhos
Eu a chamo com essa boca
Eu estendo suplicantemente minhas mãos para você
Eu rezo na escuridão da noite
Chorando, eu imploro com todas as minhas forças
Deixe-a em paz
Deixe-a dormir
Deixe-me rezar
Por favor, eu te peço
Eu só quero viver
Eu quero viver

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